Simulação clínica na formação em cuidados intensivos: evidência, modelos europeus e oportunidades para Portugal.
Resumo
A simulação clínica consolidou-se como uma ferramenta pedagógica fundamental na formação médica, com evidências sólidas do seu impacto no conhecimento, nas competências técnicas e nos comportamentos clínicos, bem como nos resultados para os doentes. Este artigo faz uma revisão da literatura sobre simulação em Medicina Intensiva, destacando estratégias eficazes como a prática deliberada, o treino repetido, o debriefing estruturado e a simulação in situ. Analisa-se a situação em Portugal, onde o programa de residência em Medicina Intensiva carece de integração formal da simulação, em contraste com o modelo espanhol liderado pelo SEMICYUC e o programa europeu CoBaTrICE, que é baseado em competências e avaliado através do OSCE (Exame Clínico Objectivo Estruturado). São ainda apresentados exemplos nacionais (Anestesiologia), um mapeamento de centros de simulação e uma análise SWOT que identifica pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças para a sua implementação. Por fim, aborda-se o papel das Atividades Profissionais Confiáveis (APC) como ferramenta de avaliação objetiva e progressiva. A integração estruturada da simulação na formação portuguesa representa uma oportunidade estratégica para melhorar a qualidade do ensino, reduzir as desigualdades e reforçar a segurança dos doentes críticos.
Downloads
-
Resumo8
-
pdf (Español (España))0
-
pdf 0
-
pdf0
Referências
1. Cook DA, Hatala R, Brydges R, et al. Technology-enhanced simulation for health professions education: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2011, 306(9), 978–88. https://doi.org/10.1001/jama.2011.1234
2. McGaghie WC, Issenberg SB, Cohen ER, et al. Does simulation-based medical education with deliberate practice yield better results than traditional clinical education? Acad Med. 2011, 86(6) ,706–11. https://doi.org/10.1097/acm.0b013e318217e119
3. Issenberg SB, McGaghie WC, Petrusa ER, et al. Features and uses of high-fidelity medical simulations that lead to effective learning: a BEME systematic review. Med Teach. 2005, 27(1), 10–28. https://doi.org/10.1080/01421590500046924
4. Zendejas B, Brydges R, Wang AT, Cook DA. Patient outcomes in simulation-based medical education: a systematic review. J Gen Intern Med. 2013, 28(8), 1078–89. https://doi.org/10.1007/s11606-012-2264-5
5. Kiessling A, Amiri C, Arhammar J, Lundbäck M, Wallingstam C, Wikner J, Svensson R, Henriksson P, Kuhl J. Interprofessional simulation-based team-training and self-efficacy in emergency medicine situations. J Interprof Care. 2022, 36(6), 873-881. https://doi.org/10.1080/13561820.2022.2038103
6. Wu G, Podlinski L, Wang C, Chang C, Arriaga AF. Intraoperative code blue: improving teamwork and code response through interprofessional, in situ simulation. Jt Comm J Qual Patient Saf. 2022, 48(12), 665-673. https://doi.org/10.1016/j.jcjq.2022.08.011
7. Zhao L, Wu C, Li T, et al. Integration of mind mapping and in-situ simulation training to enhance the implementation of sepsis Hour-1 bundle treatment. BMC Med Educ. 2025, 25, 331. https://doi.org/10.1186/s12909-025-06918-0
8. Ippolito M, Simone B, Safadi S, Einav S, Cortegiani A. Effectiveness of a remote simulation training in mechanical ventilation among trainees. Pulmonology. 2023, 29(4), 332-334. https://doi.org/10.1016/j.pulmoe.2022.05.007
9. Spadaro S, Karbing DS, Fogagnolo A, Ragazzi R, Mojoli F, Waldmann AD, et al. Simulation training for residents focused on mechanical ventilation: a randomized trial using mannequin-based versus computer-based simulation. Simul Healthc. 2017, 12(6), 349-355. https://doi.org/10.1097/SIH.0000000000000249
10. SEMICYUC. Programa de formación en Medicina Intensiva basado en competencias [Internet]. [cited 2025 Oct 20]. Available from: https://semicyuc.org/cobatrice/
11. Castellanos-Ortega A, et al. Competency assessment of residents through simulation-based OSCE. Med Intensiva. 2022, 46(9): 491-500. https://www.medintensiva.org/es-competency-assessment-residents-intensive-care-articulo-S2173572722001722
12. Sociedad Portuguesa de Anestesiología. Secção de Simulação Médica: plano de ação 2023–2025 [Internet]. https://spanestesiologia.pt/wp-content/uploads/2023/05/seccao_simulacao_2023_plano_accao.pdf
13. Centro de Simulação Biomédica de Coimbra. Plano pedagógico para o internato de Anestesiologia. 2024.https://www.simcoimbra.org/files/cursos/10_07_15_08_newsletter_ppn_modulo_4_jan_2015.pdf
14. Silva J, et al. Mapeamento dos centros de simulação em Portugal. Acta Med Port. 2024, 37(5), 345–53.
15. SIMUCI: Formación en Medicina Intensiva. Hospital Vall d’Hebron [Internet]. Available from: https://www.vallhebron.com/es/docencia/vall-dhebron-centro-de-simulacion-clinica-avanzada/programas/simuci-formacion-en-medicina-intensiva
16. Royal College of Physicians and Surgeons of Canada. EPAs in Critical Care Medicine. 2024. https://www.royalcollege.ca/content/dam/documents/ibd/critical-care-medicine/epa-guide-critical-care-medicine-adult-v2-e.pdf
17. American Board of Surgery. Entrustable Professional Activities for Surgical Critical Care. 2025. https://www.absurgery.org/get-certified/epas/
Direitos de Autor (c) 2025 Serviço de Publicações da Universidade de Múrcia

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.
Os trabalhos publicados nesta revista estão sujeitos aos seguintes termos:
1. O Serviço de Publicações da Universidade de Murcia (o editor) preserva os direitos económicos (direitos de autor) das obras publicadas e favorece e permite a sua reutilização ao abrigo da licença de utilização indicada no ponto 2.
2. Os trabalhos são publicados sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-NãoDerivada 4.0.
3. Condições de autoarquivamento. Os autores estão autorizados e incentivados a divulgar eletronicamente as versões pré-impressas (versão antes de ser avaliada e enviada à revista) e / ou pós-impressas (versão avaliada e aceita para publicação) de seus trabalhos antes da publicação, desde que favorece sua circulação e difusão mais precoce e com ela possível aumento de sua citação e alcance junto à comunidade acadêmica.
![]()












