Editorial: EMILIO MIRA, PSICÓLOGO DESPORTIVO
Resumo
O recente Campeonato Mundial de Futebol (2022), realizado no Emirato do Qatar na Ásia, deu uma extraordinária visibilidade à paixão dos nossos contemporâneos pelo desporto do futebol, que se tornou o principal espectáculo desportivo do nosso tempo. É um desporto que movimenta enormes quantidades de dinheiro, que os políticos utilizam para beneficiar as suas próprias agendas e para consolidar a sua influência social. Embora dependa de múltiplos factores, um central é a qualidade e eficiência das equipas, e por extensão lógica, a qualidade e eficiência dos jogadores que as compõem. As pressões exercidas sobre estes indivíduos pelos meios de comunicação social, grupos de poder e mesmo líderes políticos são enormes. É lógico que, há já algum tempo, os gestores de equipa têm recorrido à psicologia e às suas várias técnicas de selecção de pessoal quando se trata de recrutar e reter aqueles que provam ser os peões mais eficazes e dotados no campo de jogo: os futebolistas.
Um dos países que é um líder reconhecido no desporto é o Brasil. A sua equipa nacional venceu os jogos mundiais cinco vezes, embora este ano não tenha conseguido chegar às meias-finais. É, no entanto, uma das melhores equipas do mundo. E foi uma das que teve a assistência técnica de psicólogos especializados desde os tempos mais remotos. Talvez o primeiro tenha sido o espanhol Emilio Mira y López (1896-1964), que, como é sabido, depois de se ter exilado de Espanha no final da guerra civil em 1939, acabou por estabelecer a sua nova casa no Brasil, convidado a trabalhar na Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro, em 1946. Permaneceu ali até à sua morte em 1964.
Mira é autor de um pequeno livro, Futebol e psicologia , publicado no mesmo ano da sua morte, escrito em colaboração com um jovem especialista em psicologia desportiva, que fazia parte do grupo dos seus colaboradores na referida Fundação: Athayde Ribeiro da Silva (Mira e Ribeiro da Silva, 1964). Essa obra, apesar da sua originalidade e aparência precoce, passou geralmente despercebida nos estudos do seu autor espanhol. Temos apenas um bom trabalho, muito interessante embora parcial, de A. Kaulino, (Kaulino, 2014), onde é dada grande atenção à relação entre o mundo do futebol e a sociedade brasileira, mas a contribuição do colaborador, A. Ribeiro da Silva, não é de todo analisada. Esperamos, portanto, fornecer aqui um relato mais completo do trabalho.
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Referências
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