Sentidos atribuídos à satisfação sexual por mulheres que vivenciam o trabalho sexual: estudo fenomenológico
Agências Suporte
- Não se aplica
Resumo
Objetivou-se compreender os sentidos atribuídos à satisfação sexual por mulheres que vivenciam o trabalho sexual. Trata-se de um estudo qualitativo, fundamentado nas abordagens fenomenológicas de Sartre e Heidegger. Foi realizado com 30 trabalhadoras sexuais da região do Alto Sertão Produtivo Baiano. Evidenciou-se que as mulheres têm os sentidos sobre satisfação sexual, estruturados na dimensão financeira em interface à autoestima e ao ato sexual, explicadas a partir das experiências aprendidas, enquanto são/estão inseridas no serviço sexual. Esses sentidos revelam que o prazer em conexão ao dinheiro é a sobrevivência e subsistência. Já o orgasmo propriamente dito, remete à autoestima e às emoções sentidas por quem nutre afeto. Essas nuances, mostram que o serviço sexual é além de ofício, o contexto que permite elas ser/estar em um espaço com possibilidades de vivências multifacetadas, como a liberdade sexual, em uma temporalidade que é reflexo de subjetividades que extrapolam o determinismo natural.
Downloads
Referências
Amorim, T. V., Souza, Í. E. O., Salimena, A. M. O., Queiroz, A. B. A., Moura, M. A. V., & Melo, M. C. S. C. (2018). Risco reprodutivo em gestantes portadoras de cardiopatia: o mundo vivido direcionando o cuidado em saúde. Texto & Contexto - Enfermagem, 27(2), e3860016. doi: https://doi.org/10.1590/0104-070720180003860016
Broqua, C., & Deschamps, C. (2014). Transactions sexuelles et imbrication des rapports de pouvoir. In (Eds.) L’échange economico-sexuel (pp. 45-66). Paris: Éditions EHESS.
Beauvoir, S. (2016). O Segundo Sexo: a experiência vivida. Tradução, Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
Carter, A., Greene, S., Money, D., Sanchez, M., Webster, K., Nicholson, V., et al. (2018). Supporting the Sexual Rights of Women Living With HIV: A Critical Analysis of Sexual Satisfaction and Pleasure Across Five Relationship Types. The Journal Of Sex Research, 55(9), 1134-1154. doi: https://doi.org/10.1080/00224499.2018.1440370
Castro, F. G., & Ehrlich, I. F. (2016). Introdução à psicanálise existencial: Existencialismo, fenomenologia e projeto de ser. Curitiba: Juruá.
Couto, P. L. S., Montalvão, B. P. C., Vieira, A. R. S., Vilela, A. B. A., Marques, S. C., Gomes, A. M. T., et al. (2020). Social representations of female sex workers about their sexuality. Investigación y Educación em Enfermería, 38(1), e03. doi: https://doi.org/10.17533/udea.iee.v38n1e03
Foley, E. E. (2017). Regulating sex work: subjectivity and stigma in Senegal. Culture, Health & Sexuality, 19(1), 50-63. doi: http://dx.doi.org/10.1080/13691058.2016.1190463
Foucault, M. (2014). História da Sexualidade, 2: O Uso dos Prazeres 5.ed. (M. T. C. Albquerque, Trad.). Rio de Janeiro: Edições Paz e Terra. (Obra originalmente publicada em 1984).
França, M. (2017). Práticas e sentidos da aprendizagem na prostituição. Horizontes Antropológicos, 23(47), 325-349. doi: http://dx.doi.org/10.1590/s0104-71832017000100011
Giacomello, K. J., & Melo, L. L. (2019). The meaning of the care of hospitalized children: experiences of nursing professionals. Revista Brasileira de Enfermagem, 72(Suppl 3), 251-258. doi: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0597
Heidegger M. (2012). Ser e tempo. Campinas (SP): Editora da Unicamp/Vozes.
Hirata, H. (2014). Gênero, classe e raça: interserccionalidade e consubstancialidade das relações sociais. Tempo social: revista de sociologia da USP, 26(1), 61-73. doi: https://doi.org/10.1590/S0103-20702014000100005
Karamouzian, M., Foroozanfar, Z., Ahmadi, A., Haghdoost, A. A., Vogel, A., & Zolala, A. (2016). How sex work becomes an option: Experiences of female sex workers in Kerman, Iran. Culture Health & Sexuality, 18(1), 58-70. doi: https://doi.org/10.1080/13691058.2015.1059487
Leal, C. B. M., Souza, D. A., & Rios, M. A. (2017). Aspectos de vida e saúde das profissionais do sexo. Revista de Enfermagem UFPE online, 11(11), 4483-4491. Recuperado de https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/22865/24743.
Leite, G. S., Murray, L., & Lenz, F. (2015). O Par e o Ímpar: o potencial de gestão de risco para a prevenção de DST/HIV/AIDS em contextos de prostituição. Revista Brasileira de Epidemiologia, 18(Suppl 1), 7-25. doi: https://doi.org/10.1590/1809-4503201500050003
Martínez, A., & Rodríguez, P. (2020). Placer, dinero y pecado: historia de la prostitución en Colombia. Bogotá; Aguilar.
Nascimento, S. S., & Garcia, L. G. (2015). Nas armadilhas do desejo: privações e movimentos de jovens prostitutas em zonas rurais. Caderno CRH, 28(74), 383-396. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-497920150002000100
Olivar J. M. N. (2011). Banquete de homens: sexualidade, parentesco e predação na prática da prostituição feminina. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 26 (75), 89-189. doi: https://dx.doi.org/10.1590/S0102-69092011000100005
Olivar J. M. N. (2017). Género, dinero y fronteras amazónicas: la “prostitución” en la ciudad transfronteriza de Brasil, Colombia y Perú. Cadernos Pagu, (51), e175115. doi:
https://doi.org/10.1590/18094449201700510015
Pasini, E. (2015). Limites simbólicos corporais na prostituição feminina. Cadernos Pagu, 14, 181-200. Recuperado de https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8635351
Piscitelli, A. (2014). Violências e afetos: intercâmbios sexuais e econômicos na (recente) produção antropológica realizada no Brasil. Cadernos
Pagu, (42), 159-199. doi: http://dx.doi.org/10.1590/0104-8333201400420159
Prada, M. (2018). Puta Feminista. São Paulo: Veneta.
Reis, T. G. O., Penha, J. C., Neri, E. A. R., Luz, G. O. A., & Aquino, P. S. (2014). Educação em saúde com prostitutas: uma experiência de educação aos pares. Revista de Enfermagem UFPI, 3(3), 46-52. Disponível em: http://www.ojs.ufpi.br/index.php/reufpi/article/view/1740/pdf
Sartre, J. P. (2015). O ser e o nada: Ensaio de ontologia fenomenológica. Petrópolis: Vozes.
Sartre, J. P. (2016). O existencialismo é um humanismo. Petrópolis: Vozes.
Silva, K. A. T., Borges, G. F., Mafra, F. L. N., & Cappelle, M. C. A. (2013). Ser prostituta: o sentido do trabalho moralmente inaceitável. Revista Eletrônica de Gestão Organizacional, 11(2), 215-246. Recuperado de https://periodicos.ufpe.br/revistas/gestaoorg/article/view/21885/18410
Souza, M. A., Cabeça, L. P. F., & Melo, L. L. (2018). Pesquisa em enfermagem sustentada no referencial fenomenológico de Martin Heidegger: subsídios para o cuidado. Avances en Enfermería, 36(2), 230-237. doi: https://dx.doi.org/10.15446/av.enferm.v36n2.67179
Thng, C., Blackledge, E., Mclver, R., Watchirs, S. L., & McNulty, A. (2018). Private sex workers’ engagement with sexual health services: an online survey. Sexual Health, 15(1), 93-95. doi: https://doi.org/10.1071/SH16243
Vinuto, J. (2016). A amostragem em bola de neve na pesquisa qualitativa: um debate em aberto. Temáticas, 22(44). doi: https://doi.org/10.20396/temáticas.v22i44.10977
Zelizer, V. (2009). La negociación de la intimidad. Cidade do México: Fondo de Cultura Económica.
Direitos de Autor (c) 2022 Servicio de Publicaciones Universidad de Murcia
Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.