Expatriação de atletas e seus aspectos psicológicos: uma revisão sistemática de literatura.
Resumo
Atletas de modalidades esportivas migram ao longo de suas carreiras para outros países em busca de diferentes objetivos, dentre os quais alcançar melhor desempenho e status sociais e financeiro. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi revisar a literatura em relação aos aspectos psicológicos envolvidos no processo de expatriação de atletas. Para tanto, foram realizadas buscas nas bases de dados Scielo, PubMed, SportDiscus, BVS, Embase e Banco de teses e dissertações da CAPES, com vocábulos próprios de cada base, nos idiomas inglês, português e espanhol. Foram incluídos estudos que contemplassem atletas de rendimento e investigassem o processo de migração internacional no esporte, além de excluídos os estudos de revisão e estudos realizados com estudantes, atletas estudantes e técnicos. Após criteriosa triagem, realizada por meio do programa gerenciador de referências bibliográficas, o software EndNote®, foram selecionados e armazenados oito estudos elegíveis para análise, utilizando o modelo temporal de transição cultural. Assim, os resultados obtidos ilustraram que, entre os atletas, não é uma prática comum a busca por informações prévias sobre o país hospedeiro e/ou o contexto esportivo em que serão inseridos. Já, em relação ao processo de adaptação cultural aguda, evidenciou-se que a principal estratégia utilizada, ligada às necessidades psicológicas básicas, somada ao aprendizado do idioma, foram fundamentais na promoção da sensação de pertencimento à cultura e, consequentemente, o desenvolvimento da adaptação sociocultural. Diante disso, conclui-se que investigar os aspectos psicológicos envolvidos na migração internacional de atletas, oferecendo o preparo psicológico para enfrentar os desafios pertinentes à adaptação cultural, provavelmente contribuirão para o melhor entendimento nas escolhas das estratégias a serem utilizadas nesse processo, bem como podem ser determinantes para o sucesso da migração.
Downloads
Referências
Agergaard, S., & Ryba, T. V. (2014). Migration and career transitions in professional sports: Transnational athletic careers in a psychological and sociological perspective. Sociology of Sport Journal, 31(2), 228-247.
Battochio, R. C., Schinke, R. J., McGannon, K. R., Tenenbaum, G., Yukelson, D., & Crowder, T. (2013). Understanding immigrated professional athletes' support networks during post-relocation adaptation through media data. International Journal of Sport and Exercise Psychology, 11(1), 101-116.
Berry, J. W., & Padilla, A. M. (1980). Acculturation: Theory, models and some new findings. Acculturation as varieties of adaption, 9, 25.
Borgese, A. (2009) Labor and immigration issues in sports. Sport Journal, 12(3), 1. Fron; https://thesportjournal.org/article/labor-and-immigration-issues-in-sports
Botelho, V. L., Agergaard, S. (2011). Moving for the love of the game? International migration of female footballers into Scandinavian countries. Soccer & Society, (12) 6 806–819. Retrieved from https://www.researchgate.net/publication/233126616_Moving_for_the_love_of_the_game_International_migration_of_female_footballers_into_Scandinavian_countries. doi: 10.1080/14660970.2011.609681
Brandão, M. R. F., Magnani, A., Medina, J. P., & Tega, E. C. (2013). Além da cultura nacional: o expatriado no futebol. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, 21(2), 177-182.
Brandão, M. R. F., & Vieira, L. F. (2013). Athletes’ careers in Brazil: Research and application in the land of ginga Athletes' careers across cultures (pp. 63-72): Routledge.
Brewer, B. W., Van Raalte, J. L., & Linder, D. E. (1993). Athletic identity: Hercules' muscles or Achilles heel? International journal of sport psychology.
Darby, P., Akindes, G., & Kirwin, M. (2007). Football academies and the migration of African football labor to Europe. Journal of sport and social issues, 31(2), 143-161.
Diakiki, E., Chroni, S. A., Goudas, Μ. (2016). Migrating cyclists and identity reconstructions: Two tales of living and parting the dream. Inquiries in Sport & Physical Education 14(3), 87-101.
Faggiani, F., Lindern, D., Strey, A., Aiquel, P. F., Fulginiti, D., Sartori, C., & Lisboa, C. S. d. M. (2016). O fenômeno do expatriado no contexto esportivo. Psicologia: Ciência e Profissão, 36(3), 738-747.
Galvão, T. F., & Pereira, M. G. (2014). Revisões sistemáticas da literatura: passos para sua elaboração. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 23, 183-184.
Hanton, S., Fletcher, D., & Coughlan, G. (2005). Stress in elite sport performers: A comparative study of competitive and organizational stressors. Journal of sports sciences, 23(10), 1129-1141.
Lofredo, M.C. (2018). Migração e aculturação de atleta de elite do handebol feminino brasileiro: Estudo de caso (Dissertação de Mestrado). Universidade São Judas Tadeu, USJT, São Paulo, SP, Brasil.
Magee, J., & Sugden, J. (2002). “The World at their Feet” Professional Football and International Labor Migration. Journal of sport and social issues, 26(4), 421-437.
Maguire, J. (2004). Sport labor migration research revisited. Journal of sport and social issues, 28(4), 477-482.
Marconi, M. d. A., & Lakatos, E. M. (2012). Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisa; amostragens e técnicas de pesquisa; elaboração, análise e interpretação de dados Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisa; amostragens e técnicas de pesquisa; elaboração, análise e interpretação de dados (pp. 277-277).
Magnani, A.I.G.P. (2018) Migração Atlética de Jogadores de Futebol Brasileiro para o Exterior: O processo de adaptação cultural (Tese de doutorado). Universidade São Judas Tadeu, USJT, São Paulo, SP, Brasil.
Olabuénaga, J. I. R., & Ispizua, M. A. (1989). La descodificacion de la vida cotidiana: metodos de investigacion cualitativa: Universidad de deusto Bilbao.
Oyserman, D., Elmore, K., Smith G. (2012) Self, self-concept, and identity. Retrieved from https://www.researchgate.net/publication/264656839_Self_self-concept_and_identity>.
Pilkington, G.; Hounsome, j. Planning and managing my Review. In: BOLAND, A.;CHERRY, G. M., et al (Ed.). Doing a Systematic Review. 2. London, UK: Sage, 2017. cap. 2, p.21-42.
Ribeiro, C. H. D. V., e Dimeo, P. (2009) The experience of migration for Brazilian football players. Sport in Society, 12(6), 725-736.
Ryba, T. V., Haapanen, S., Mosek, S., & Ng, K. (2012). Towards a conceptual understanding of acute cultural adaptation: A preliminary examination of ACA in female swimming. Qualitative research in sport, exercise and health, 4(1), 80-97.
Ryba, T. V., Schinke, R. J., Stambulova, N. B., & Elbe, A.-M. (2017). ISSP position stand: Transnationalism, mobility, and acculturation in and through sport. International Journal of Sport and Exercise Psychology, 16(5), 520-534.
Ryba, T. V., Stambulova, N. B., & Ronkainen, N. J. (2016). The work of cultural transition: An emerging model. Frontiers in Psychology, 7, 427.
Santos, C. M. C., Pimenta, C. A.M., Nobre, M. R. C. (2007) A Estratégia PICO para a construção da pergunta de pesquisa e busca de evidências. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/rlae/v15n3/pt_v15n3a23.pdf
Schinke, R. J., McGannon, K. R., Battochio, R. C., & Wells, G. D. (2013). Acculturation in elite sport: a thematic analysis of immigrant athletes and coaches. Journal of sports sciences, 31(15), 1676-1686.
Schinke, R. J., Michel, G., Gauthier, A. P., Pickard, P., Danielson, R., Peltier, D., . . . Peltier, M. (2006). The adaptation to the mainstream in elite sport: A Canadian Aboriginal perspective. The sport psychologist, 20(4), 435-448.
Schinke, R. J., Yukelson, D., Bartolacci, G., Battochio, R. C., & Johnstone, K. (2011). The challenges encountered by immigrated elite athletes. Journal of Sport Psychology in Action, 2(1), 10-20.
Schwartz, S. J., Unger, J. B., Zamboanga, B. L., & Szapocznik, J. (2010). Rethinking the concept of acculturation: implications for theory and research. American Psychologist, 65(4), 237.
Stoltenburg, A. L., Kamphoff, C. S., & Bremer, K. L. (2011). Transitioning out of sport: the psychosocial effects of collegiate athletes' career-ending injuries. Athletic Insight: The Online Journal of Sport Psychology, 13(2).
Stone P. W. (2004) Popping the (PICO) question in research and evidence-based practice. Appl Nurs Res,15(3):197-8.
Soler, M. (2020) Orientaciones psicológicas para el deportista «migrante» (3) Saber Competir, Revista de Psicologia Del Deporte, (2020, Julio, 2).
Tertuliano, I. W., Machado, A. A., Deutsch, S., Montiel, J. M., & Bartholomeu, D. (2018). Motivos e intenções para expatriação de voleibolistas. Revista de Administração Contemporânea, 22(4), 531-551.
Tretyakevich, N., Las Heras, M., & Hall, D. T. (2015). Expatriation: work-life balance and psychological success. Balance, Technology, and Globalization IESE Business School, Barcelona.
Vasconcellos Ribeiro, C. H., & Dimeo, P. (2009). The experience of migration for Brazilian football players. Sport in Society, 12(6), 725-736.
Ward, C., & Kennedy, A. (1999). The measurement of sociocultural adaptation. International journal of intercultural relations, 23(4), 659-677.
Yamakawa, E. K., Kubota, F. I., Beuren, F. H., Scalvenzi, L., & Miguel, P. A. C. (2014). Comparativo dos softwares de gerenciamento de referências bibliográficas: Mendeley, EndNote e Zotero. Transinformação, 26(2), 167-176.
Yukelson, D., & Carlson, M. (1996). Stress and its impact on intercollegiate student athletes. Inaugural NCAA Champs Life Skills Manual.
Las obras que se publican en esta revista están sujetas a los siguientes términos:
1. El Servicio de Publicaciones de la Universidad de Murcia (la editorial) conserva los derechos patrimoniales (copyright) de las obras publicadas, y favorece y permite la reutilización de las mismas bajo la licencia de uso indicada en el punto 2.
2. Las obras se publican en la edición electrónica de la revista bajo una licencia Creative Commons Reconocimiento-NoComercial-SinObraDerivada 3.0 España (texto legal). Se pueden copiar, usar, difundir, transmitir y exponer públicamente, siempre que: i) se cite la autoría y la fuente original de su publicación (revista, editorial y URL de la obra); ii) no se usen para fines comerciales; iii) se mencione la existencia y especificaciones de esta licencia de uso.
3. Condiciones de auto-archivo. Se permite y se anima a los autores a difundir electrónicamente las versiones pre-print (versión antes de ser evaluada) y/o post-print (versión evaluada y aceptada para su publicación) de sus obras antes de su publicación, ya que favorece su circulación y difusión más temprana y con ello un posible aumento en su citación y alcance entre la comunidad académica. Color RoMEO: verde.