Quadros da emigração portuguesa para o Pará (Brasil):
1886-1900.
Resumo
A década de cinquenta de Oitocentos, no Pará, marcou a passagem de uma economia regional caracterizada pela pecuária e exploração da madeira assente na mão-de-obra escrava e indígena para a cultura da borracha realizada por trabalhadores livres. Este novo surto teria o seu período áureo entre 1870 e 1910. Esta mobilidade pode considerar-se uma «emigração a dois tempos», onde num primeiro momento as pessoas se deslocam para Lisboa para, num segundo momento, se dirigirem para o Brasil. Lisboa teve uma centralidade funcional muito importante nesta dinâmica migratória. Depois dos migrantes chegarem ao Pará, uma parte muito significativa destes, efectuou uma mobilidade de matriz pendular; quer isto significar que, por diversas vezes se deslocam a Portugal. A realização desta emigração tem por base a solidariedade que existe entre pessoas da mesma freguesia e/ou concelho. Caracterizou-se, ainda, por ser maioritariamente masculina em idade activa.
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Referências
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