Relatos de vida e fotografia de pacientes sedados em UTI: estratégia de humanização possível?

Autores

  • Cristina Aparecida Pereira da Silva Ribeiro Universidade Guarulhos
  • Monica Martins Trovo Universidade Guarulhos
  • Ana Cláudia Puggina Universidade Guarulhos Faculdade de Medicina de Jundiaí
DOI: https://doi.org/10.6018/eglobal.16.3.257291
Palavras-chave: Terapia Intensiva, Enfermagem, Comunicação não Verbal, Humanização da Assistência

Resumo

Objetivos: (1) Identificar a influência da contextualização do paciente sedado por meio de relatos de vida e fotografia na percepção do cuidar da equipe de enfermagem e (2) avaliar a intervenção proposta como uma estratégia de humanização para o cuidado ao paciente sedado.
Método: Pesquisa qualitativa e de intervenção com 43 profissionais da equipe de enfermagem de uma Unidade de Terapia Intensiva. A coleta de dados consistiu de uma entrevista prévia, intervenção (fixação de quadros de pacientes sedados à beira do leito e orientação para que os profissionais os lessem; a intervenção teve duração de 10 dias) e entrevista pós-intervenção. Três quadros foram fixados e estes continham fotografia e relatos de vida dos pacientes levantados por meio de seus familiares.
Resultados: Na pré-intervenção, os discursos mostraram que a interação verbal traz mais segurança durante o cuidado, há razões para preferência do cuidar de pacientes inconscientes, como o desafio da complexidade e a recompensa da recuperação, como a indisponibilidade para atender solicitações frequentes do paciente, o cuidado é valorizado independentemente do nível de consciência, conhecimento sobre aspectos da vida do paciente melhora o envolvimento e há uma preocupação de não julgar o paciente e resgatar o melhor do outro. Na pós-intervenção constatou-se que a contextualização do paciente resgatou elementos importantes para o cuidar, como a emoção promovendo sensibilização, o despertar da empatia com a contextualização, o envolvimento e o compromisso com o cuidado, além disso foi aparente um conflito entre mudar de atitude e sair da defensiva.
Conclusão: A intervenção proposta foi validada como estratégia para humanização no cuidado de pacientes sedados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Cristina Aparecida Pereira da Silva Ribeiro, Universidade Guarulhos

Enfermeira. Mestre em Ciências pela UNG. Docente da graduação em Enfermagem da Universidade São Francisco, Bragança Paulista (SP).

Monica Martins Trovo, Universidade Guarulhos

Enfermeiras. Doutoras em Ciências. Docentes do Programa de Pós-graduação em Enfermagem da UNG, Guarulhos (SP).

Ana Cláudia Puggina, Universidade Guarulhos Faculdade de Medicina de Jundiaí

Enfermeira. Doutora pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE-USP). Professora Adjunta da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ). Docente do Mestrado em Enfermagem na Universidade Guarulhos (UnG).

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

Pessini L, Bertachi L. Humanização e cuidados paliativos. São Paulo: Loyola, 2004.

Lobo LF, Puggina AC, Trovo MM. Estratégias de humanização para o atendimento do idoso hospitalizado. Rev Enferm Atual In Derme 2014. 70(8): 12-18.

Silva MJP. Qual o tempo do cuidado? Humanizando os cuidados de enfermagem. São Paulo: Loyola; 2004.

Silva MJP, Araújo MMT, Puggina AC. Humanização em UTI. In: Enfermagem em UTI: cuidando do paciente crítico. Org Katia Grillo Padilha, Maria de Fátima Fernandes Vattimo, Sandra Cristine da Silva, Miako Kimura. Barueri (SP): Manole, 2010.

Erwen P. O significado nas artes visuais. 3ª ed. São Paulo: Perspectiva; 1991.

Oliveira GVV. Flashes do passado: o fotojornalismo como fonte de história. Revista Eletrônica de História do Brasil. 1997 1(2). [online] [acesso em 2015 Abr 5]. Disponível em: http://ppghistoria.academia.edu/GilVicente

Samain E. O fotográfico. 2ª ed. São Paulo: Hucitec; 2005.

Gonçalves RC, Lisboa TK. Sobre o método da história oral em sua modalidade trajetórias de vida. Revista Katálysis. 2007; 10(esp):83-92.

Bosi E. Memória e sociedade: lembranças de velhos. São Paulo: Cia das Letras; 1994.

Bardin L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70; 2011.

Ashworth P. Care to Communicate. London: Royal College of Nursing; 1980.

Waldow VR. Cuidar e Humanizar: relações e significados. Acta Paul Enferm. 2011; 24(3):414-8.

Waldow VR. Cuidar: expressão humanizadora da enfermagem. Rio de Janeiro: Editora Vozes; 2006.

Lima AFC, Gualda DMR. História oral de vida: buscando o significado da hemodiálise para o paciente renal crônico. Rev Esc Enferm USP. 2001; 35(3):235-41.

Ekman P. A linguagem das emoções. São Paulo: Ed Leya; 2010.

Silveira RS, Lunardi VL, Lunardi Filho WD, Oliveira AMN. Uma tentativa de humanizar a relação da equipe de enfermagem com a família de pacientes internados na UTI. Texto Contexto Enferm. 2005; 14(Esp.):125-30

Goleman, D. Inteligência emocional – a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente, Editora Objetiva, 1995.

Publicado
28-06-2017
Como Citar
[1]
da Silva Ribeiro, C.A.P. et al. 2017. Relatos de vida e fotografia de pacientes sedados em UTI: estratégia de humanização possível?. Enfermería Global. 16, 3 (Jun. 2017), 453–495. DOI:https://doi.org/10.6018/eglobal.16.3.257291.
Edição
Secção
ESTUDOS ORIGINAIS