PICAR... FAZ DOER! Representações de dor na criança, em idade escolar, submetida a punção venosa
Resumo
Introdução: A dor faz parte da condição humana e é inalienável da sua existência. É entendida como uma experiencia universal com início precoce, em cada indivíduo e ganha heterogeneidade de configurações sociais e variabilidade de graus de intensidade. Como experiência intransmissível, irá marcar, de diversas formas, a construção psicológica e social da pessoa. Na criança é uma experiencia comum e perturbadora, muitas vezes subestimada e subintervencionada em contextos de saúde.
Metodologia: Com este estudo exploratório de natureza mista, baseado na teoria das representações sociais pretendemos dar voz às crianças submetidas a punção venosa. Os objectivos deste trabalho são identificar as representações associadas à experiencia de punção venosa e avaliar o grau de dor associado a esta experiencia, em crianças em idade escolar. Foi aplicada a associação livre de palavras com duas questões estímulo: «Dor faz-me pensar em…», «A picada da agulha faz-me sentir…» e a escala numérica de avaliação da dor, a 43 crianças com idades compreendidas entre 6 e 12 anos internadas num hospital da Sub-região de Saúde de Lisboa. Os dados foram analisados com recurso ao software SPAD-T (análise factorial de correspondências simples) e SPSS (estatística descritiva).
Resultados: Os dados obtidos permitem dizer que as crianças que participaram neste estudo consideraram que a dor funciona como factor desencadeante de sofrimento e está associado a manifestações físicas como o choro e a sentimentos expressos perante a dor, como o medo e ansiedade. O grau de dor associado à punção venosa e apresenta variabilidade com factores como a idade e as experiencias anteriores.
Conclusão: A punção venosa é um procedimento doloroso e, segundo as crianças que participaram no estudo, provocam medo e ansiedade. No entanto, muitas evitarão ter comportamentos sugestivos de dor por vergonha de serem consideradas mais fracas ou por entenderem que é uma dor necessária. Daí o facto de, algumas crianças, associarem a dor à coragem que é necessário ter para suportá-la.
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