Situação escolar e o uso de substâncias psicoativas por estudantes com deficiencia
Resumo
Objetivo: Analisar a associação entre a situação escolar e o uso de substâncias psicoativas por estudantes com deficiência.
Métodos: Estudo transversal realizado em escolas públicas. A população do estudo foi composta por estudantes com deficiência. Utilizou-se o questionário Teen Addiction Severity Index. Os dados foram analisados por meio dos testes Qui quadrado, Qui-quadrado (extensão de Mantel-Haenszel) e ANOVA. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados: Participaram 110 estudantes. A maioria pertence a faixa etária entre 20 e 30 anos de idade, sexo masculino, pardos, católicos e com deficiência intelectual. 70% dos participantes referiu que nunca consumiu substâncias psicoativas, enquanto que 30% afirma ter consumido alguma substância pelo menos uma vez na vida. Dentre as substâncias consumidas, 19,4% relataram uso de sedativos, 4,6% uso de álcool, 0,9% uso de opiáceos e 0,9% de tabaco. Houve associação entre idade e o uso de substâncias psicoativas. Não houve associação significativa entre a situação escolar e o uso destas substâncias.
Conclusões: Os resultados destacaram que existe um maior consumo de substâncias psicoativas lícitas entre os estudantes com deficiência, o que está associado com a idade. Estes resultados são importantes para que os enfermeiros desenvolvam suas atividades de prevenção ao abuso de substâncias psicoativas.
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