Situação escolar e o uso de substâncias psicoativas por estudantes com deficiencia

Autores

DOI: https://doi.org/10.6018/eglobal.568471
Palavras-chave: psicotrópicos, transtornos relacionados com substâncias, pessoas com deficiência, estudantes

Resumo

Objetivo: Analisar a associação entre a situação escolar e o uso de substâncias psicoativas por estudantes com deficiência.
Métodos: Estudo transversal realizado em escolas públicas. A população do estudo foi composta por estudantes com deficiência. Utilizou-se o questionário Teen Addiction Severity Index. Os dados foram analisados por meio dos testes Qui quadrado, Qui-quadrado (extensão de Mantel-Haenszel) e ANOVA. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados: Participaram 110 estudantes. A maioria pertence a faixa etária entre 20 e 30 anos de idade, sexo masculino, pardos, católicos e com deficiência intelectual. 70% dos participantes referiu que nunca consumiu substâncias psicoativas, enquanto que 30% afirma ter consumido alguma substância pelo menos uma vez na vida. Dentre as substâncias consumidas, 19,4% relataram uso de sedativos, 4,6% uso de álcool, 0,9% uso de opiáceos e 0,9% de tabaco. Houve associação entre idade e o uso de substâncias psicoativas. Não houve associação significativa entre a situação escolar e o uso destas substâncias.
Conclusões: Os resultados destacaram que existe um maior consumo de substâncias psicoativas lícitas entre os estudantes com deficiência, o que está associado com a idade. Estes resultados são importantes para que os enfermeiros desenvolvam suas atividades de prevenção ao abuso de substâncias psicoativas.

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Biografia Autor

Fernanda Guimaraes

Enfermeira. Professora Mestre do Núcleo de Enfermagem do Centro Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Terapeuta Comunitária.

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Publicado
01-01-2024
Como Citar
[1]
Guimaraes, F. et al. 2024. Situação escolar e o uso de substâncias psicoativas por estudantes com deficiencia . Enfermería Global. 23, 1 (Jan. 2024), 35–67. DOI:https://doi.org/10.6018/eglobal.568471.
Edição
Secção
ESTUDOS ORIGINAIS