Distribuição espaço-temporal e fatores relacionados à sífilis congênita no nordeste brasileiro

Autores

DOI: https://doi.org/10.6018/eglobal.524931
Palavras-chave: Sífilis Congênita, Fatores de Risco, Estudo de Séries Temporais, Estudos Ecológicos

Resumo

Objetivo: Analisar a dinâmica espaço-temporal e os fatores socioeconômicos associados à incidência de sífilis congênita no Nordeste no período de 2008 a 2018.
Método: Estudo ecológico desenvolvido com casos de sífilis congênita ocorridos no Nordeste e notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Foram empregados métodos de análises espacial e temporal para identificar a tendências e clusters da doença, bem como modelo de regressão linear para apontar indicadores relacionados à sífilis congênita empregando-se significância de 5%.
Resultados: A incidência de sífilis congênita apresentou crescimento significativo em todos os estados nordestinos (p<0,001), com as maiores taxas e clusters localizados prioritariamente em municípios ao longo do litoral da região. As variáveis associadas à incidência de sífilis congênita no Nordeste foram: percentual de nascidos vivos com baixo peso ao nascer (p<0,001), percentual de nascidos vivos com pelo menos sete consultas de pré-natal (p<0,001), Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM)(p<0,001), renda per capita (p<0,001), percentual de pessoas pobres (p<0,001), percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade com ensino fundamental completo (p = 0,02) e taxa de analfabetismo (p<0,001).
Conclusão: Verificou-se um crescimento na incidência de sífilis congênita ao longo do período analisado e clusters de altas taxas no litoral dos estados nordestinos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

(1). Soares KKS, Prado TN, Zandonade E, Silva SFM, Miranda AE. Análise espacial da sífilis em gestantes e sífilis congênita no estado do Espírito Santo, 2011-2018. Epidemiol. Serv. Saúde. 2020; 29(1):1-12. https://doi.org/10.5123/S1679-49742020000100018

(2). Mamede LRLS, Silva AMTC, Almeida RJ. Análise epidemiológica da sífilis materna e congênita: uma revisão sistemática. Revista Saúde (Sta. Maria). 2021; 47. https://doi.org/10.5902/2236583461351

(3). Conceição HN, Câmara JT, Pereira BM. Análise epidemiológica e espacial dos casos de sífilis gestacional e congênita. Saúde Debate. 2019; 43 (123): 1145-1158. https://doi.org/10.1590/0103-1104201912313

(4). World Health Organization (WHO). Guidelines for the treatment of Treponema pallidum (syphilis). Geneva: WHO; 2016. [cited Jan 09, 2021]. Available from: https://apps.who.int

(5). Holzmann APF, Barros SMO, Silva CSO, Barbosa D. Sífilis materna e sífilis congênita: avaliação da assistência hospitalar. Temas em Saúde. 2018;18(3):148-177. https://doi.org/10.29327/213319.18.3-9

(6). Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI). Boletim Epidemiológico – Sífilis. Ano VI - nº 01. Brasília: Ministério da Saúde, 2020. [cited Jan 08, 2020]. Available from: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2020/boletim-sifilis-2020

(7). Costa JS, Santos-Júnior FM, Moreira RS, Góes MAO. Tendência temporal da sífilis congênita em Sergipe, Brasil, 2006 – 2017. Rev. Saúde Col. 2019; 9: 8-15. https://doi.org/10.13102/rscdauefs.v9i0.3356

(8). Bastos Neto BC, Souza IM, Santos, L.P.S. Análise temporal da incidência de sífilis congênita no Brasil, 2007-2016. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa. 2020; 65(22). https://doi.org/10.26432/1809-3019.2020.65.022

(9). Nonato, S.M; Melo, A.P.S; Guimarães, M.D.C. Sífilis na gestação e fatores associados à sífilis congênita em Belo Horizonte-MG, 2010-2013. Epidemiol. Serv. Saúde. 2015; 24(4):681-694. https://doi.org/10.5123/S1679-49742015000400010

(10). Almeida AS, Andrade J, Fermiano R, Jamas MT, Carvalhaes MABL, Parada CMGL. Sífilis na gestação, fatores associados à sífilis congênita e condições do recém-nascido ao nascer. Texto & Contexto Enfermagem. 2021; 30, e20200423. https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2020-0423

(11). Carmo BAG, Santos DF, Hayase KAS, Santos MMQ, Naiff GRO, Botelho EP. Sífilis congênita em região da Amazônia brasileira: análise temporal e espacial. Rev. Eletr. Enferm. [Internet]. 2020; 22:62349. https://doi.org/10.5216/ree.v22.62349

(12). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo demográfico 2010. Brasília: IBGE, 2010. [cited Jan 08, 2020]. Available from: http://censo2010.ibge.gov.br/

(13). Sousa GJB, Garces TS, Pereira MLD, Moreira TMM, Silveira GM. Temporal pattern of tuberculosis cure, mortality, and treatment abandonment in Brazilian capitals. Rev Latino-Am Enfermagem. 2019; 27:e3218. https://doi.org/10.1590/1518-8345.3019.3218

(14). Brasil. Ministério da Saúde. Abordagens Espaciais na Saúde Pública. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. [cited Jan 08, 2020]. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/

(15). Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil [Internet], 2021. [cited Jul 04, 2020]. Available from: http://www.atlasbrasil.org.br/

(16). Silva IMD, Leal EMM, Pacheco H, Souza Júnior JG, Silva FS. Perfil epidemiológico da sífilis congênita. Rev enferm UFPE on line. 2019;13(3): 604-613. https://doi.org/10.5205/1981-8963-v13i03a236252p604-613-2019

(17). Souza BSO, Rodrigues RM, Gomes RML. Análise epidemiológica de casos notificados de sífilis. Rev Soc Bras Clin Med. 2018; 16(2): 94-8.

(18). Slutsker JS, Hennessy RR, Schillinger JA. Factors Contributing to Congenital Syphilis Cases — New York City, 2010–2016. Morb Mortal Wkly Rep. 2018;67(39):1088–93. https://doi.org/10.15585/mmwr.mm6739a3

(19). Holztrattner JS, Linch GF da C, Paz AA, Gouveia HG, Coelho DF. Sífilis congênita: realização do pré-natal e tratamento da gestante e de seu parceiro. Cogitare enferm. 2019; 24: e59316. http://dx.doi.org/10.5380/ce.v24i0.59316

(20). Barbosa DRM, Almeida MG, Silva AO, Araújo AA, Santos AG. Perfil epidemiológico dos casos de sífilis gestacional. Rev. enferm. UFPE on line. 2017; 11(5). https://doi.org/10.5205/1981-8963-v11i5a23335p1867-1874-2017

(21). Teixeira LO. Tendência temporal e distribuição espacial da sífilis congênita no estado do Rio Grande do Sul entre 2001 e 2012. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2018; 23(8):2587-2597.

(22). Oliveira VS, Rodrigues RL, Chaves VB, Santos TS, de Assis FM, Ternes YMF, Aquino EC. Aglomerados de alto risco e tendência temporal da sífilis congênita no Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2020; 44: 1-9. https://doi.org/10.26633/RPSP.2020.75

(23). Domingues RSRM, Leal, M.C. Incidência de sífilis congênita e fatores associados à transmissão vertical da sífilis: dados do estudo Nascer no Brasil. Cad. Saúde Pública. 2016; 32(6). https://doi.org/10.1590/0102-311X00082415

(24). Nunes ADS, Amador AE, Dantas APQM, Azevedo UM, Barbosa IR. Acesso à assistência pré-natal no brasil: análise dos dados da pesquisa nacional de saúde. Revista Brasileira em Promoção da Saúde. 2017; 30(3). https://doi.org/10.5020/18061230.2017.6158

(25). Korenromp EL, Rowley J, Alonso M, Mello MB, Wijesooriya NS, Mahiané SG, et al. Global burden of maternal and congenital syphilis and associated adverse birth outcomes—Estimates for 2016 and progress since 2012. PLoS ONE. 2019; 14(2): e0211720. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0219613

(26). Macêdo VC, Lira PIC, Frias PG, Romaguera LMD, Caires SFF, Ximenes RAA. Fatores de risco para sífilis em mulheres: estudo caso-controle. Rev Saude Publica. 2017; 51(78): 1-12. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2017051007066

(27). Alves PIC, Scatena LM, Haas VJ, Castro SS. Evolução temporal e caracterização dos casos de sífilis congênita em Minas Gerais, Brasil, 2007-2015. Ciência & Saúde Coletiva. 2020; 25(8): 2949-2960. https://doi.org/10.1590/1413-81232020258.20982018

(28). Pan American Health Organization (PAHO). Elimination of mother-to-child transmission of HIV and syphilis in the Americas. Update 2016. Washington DC: PAHO; 2017. [cited Mar 12, 2021]. Available from: https://iris.paho.org/

(29). Souza CDF, Machado MF, Correia DS, Carmo RS, Cuevas LE, Santos VS. Spatiotemporal clustering, social vulnerability and risk of congenital syphilis in northeast Brazil: an ecological study. Trans R Soc Trop Med Hyg. 2020; 0: 1–9. https://doi.org/10.1093/trstmh/traa034

(30). Andrade E, Valvassori PMD, Mingote ACA, Guedes AL de L, Nogueira MC. Epidemiologia da sífilis congênita no Brasil: Uma revisão sistemática. Principia [Internet]. 2021; 20(23). https://doi.org/10.34019/2179-3700.2020.v20.31004

(31). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD). Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Diretoria de Pesquisas. Coordenação de Trabalho e Rendimento. Notas técnicas. Versão 1.5. Rio de Janeiro. 2018. [cited Jan 08, 2020]. Available from: https://biblioteca.ibge.gov.br/

Publicado
03-01-2023
Como Citar
[1]
Araujo, G.A. dos S. et al. 2023. Distribuição espaço-temporal e fatores relacionados à sífilis congênita no nordeste brasileiro . Enfermería Global. 22, 1 (Jan. 2023), 337–383. DOI:https://doi.org/10.6018/eglobal.524931.
Edição
Secção
ESTUDOS ORIGINAIS