Disfunções do assoalho pélvico em primíparas após o parto

Autores

  • Sonia Maria Junqueira Vasconcellos de Oliveira Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo http://orcid.org/0000-0002-8007-2092
  • Adriana de Souza Caroci Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
  • Edilaine de Paula Batista Mendes Hospital Santa Bárbara, Santa Bárbara d’Oeste, São Paulo.
  • Sheyla Guimarães de Oliveira Programa Pós-Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, SP, Brasil.
  • Francine Penha Silva Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica da Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, SP, Brasil.
DOI: https://doi.org/10.6018/eglobal.17.3.292821
Palavras-chave: Infecção do trato urinário, Incontinência urinária, Incontinência anal, Dispareunia, Primíparas, Pós-parto

Agências Suporte

  • CNPQ-Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Processo n. 312237/2013-8)

Resumo

Objetivo: Estimar a prevalência de infecção do trato urinário (ITU), incontinência urinária (IU), incontinência anal (IA) e dispareunia em mulheres primíparas e identificar associação entre a dispareunia e IU com o tipo de parto.
Método: Estudo observacional prospectivo realizado com 96 puérperas (72 de partos normais e 24 cesarianas) com dois e seis meses após o parto. Os dados foram coletados por meio de cartões de pré-natal, prontuários e entrevistas entre janeiro e agosto de 2014 no Centro do Parto Normal do Pronto Socorro e Maternidade Municipal Zoraide Eva das Dores, localizado no Município de Itapecerica da Serra, São Paulo, e em Unidades Básicas de Saúde do município referido e dos Municípios de Juquitiba, São Lourenço e Embú-Guaçú.
Resultados: Na gravidez, 52,1% das mulheres referiram ITU e 30,2% delas, IU. No segundo e no sexto mês pós-parto, as prevalências encontradas foram: 4,2% e 11,8% de ITU; 17,7% e 11,8% de IU; 8,4% de IA (6,3% de incontinência de flatos e 2,1% de fezes) e 2,0% (apenas incontinência de flatos; não houve incontinência de fezes); e 48,1% e 17,8% de dispareunia, respectivamente. Não houve associação estatística entre o tipo de parto e a dispareunia e a IU (p=0,742 e p=0,738; respectivamente).
Conclusão: As disfunções do assoalho pélvico (DAP) mais frequentes após o parto foram a IU e a dispareunia. Houve redução espontânea das DAP no sexto mês após o parto. A identificação precoce destas morbidades é extremamente importante para a prevenção, diagnóstico e tratamento de agravos à saúde física e emocional da mulher.

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Biografias Autor

Sonia Maria Junqueira Vasconcellos de Oliveira, Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo

Professora Associada. Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Psiquiátrica, Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

Adriana de Souza Caroci, Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

Professora Doutora. Curso de Obstetrícia, Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

Edilaine de Paula Batista Mendes, Hospital Santa Bárbara, Santa Bárbara d’Oeste, São Paulo.

Mestre em Ciências, Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo.

Enfermeira Obstétrica, Hospital Santa Bárbara, Santa Bárbara d’Oeste, São Paulo.

Sheyla Guimarães de Oliveira, Programa Pós-Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, SP, Brasil.

Enfermeira Obstétrica. Mestranda do Programa Pós-Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, SP, Brasil.

Francine Penha Silva, Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica da Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, SP, Brasil.

Enfermeira Obstétrica. Residente do Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica da Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, SP, Brasil.

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Publicado
29-06-2018
Como Citar
[1]
Junqueira Vasconcellos de Oliveira, S.M. et al. 2018. Disfunções do assoalho pélvico em primíparas após o parto. Enfermería Global. 17, 3 (Jun. 2018), 26–67. DOI:https://doi.org/10.6018/eglobal.17.3.292821.
Edição
Secção
ESTUDOS ORIGINAIS