Infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) em mulheres portadoras de HIV/AIDS
Resumo
Objetivo: Verificar a prevalência do HPV em mulheres vivendo com HIV/AIDS, e conhecer as características sociodemográficas, clínicas e comportamentais dessa população.Métodos: Estudo documental, exploratório, descritivo, quantitativo, que incluiu os prontuários de 32 mulheres vivendo com HIV/AIDS cadastradas no CERDI e que realizaram o exame de Papanicolaou no período do estudo.
Resultados: Foram encontradas lesões de HPV em (15,6%) das mulheres, sendo classificadas como LSIL baixo grau (60%) desses. A idade variou de 18 a 39 anos (62,5%), casadas ou vive em união estável (75,1%) e a maioria tem ensino fundamental incompleto (37,5%). Quanto à renda familiar, 46,9% informaram renda igual ou inferior a um salário mínimo. Iniciaram atividade sexual com idade inferior a 17 anos (62,5%), tiveram menos de quatro parceiros sexuais na vida (56,3%) e parceiro único no último ano (96,9%). Nenhuma mulher referiu uso regular de preservativos antes do diagnóstico de HIV, sendo que, após o diagnóstico, 62,5% passaram a usar o insumo em todas as relações sexuais. História anterior de DST foi relatada por (40,6%), provável forma de transmissão do vírus foi a via sexual (93,8%) e o diagnóstico da infecção foi realizado há mais de cinco anos (56,3%) para a maioria. A maioria também faz uso de TARV (65,6%) e apresentou contagem de células CD4 igual ou maior que 500 células/mL (59,4%), no último exame realizado.
Conclusões: Houve uma prevalência de HPV de 15,6%, semelhante a outros estudos. Destaca-se a necessidade do exame de Papanicolaou periódico para se detectar precocemente alterações, evitando-se o câncer cervical.
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